ERA UMA VEZ O CINEMA


Cais das Sombras (1938)

cover Cais das Sombras

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País: França, 91 minutos

Titulo Original: Le Quai des Brumes

Diretor(s): Marcel Carné

Gênero(s): Crime, Drama, Romance, Suspense

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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7.8/10 (7548 votos)

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PRÊMIOS star star star star star

Festival Internacional de Veneza, Itália

Menção Especial (Marcel Carné)

Sinopse: Jean conhece a jovem Nelly (Michèle Morgan), e os dois, como num passe de mágica, trocam nomes e se apaixonam.

A história de amor que se constrói entre Jean e Nelly – na época, com 17 anos – não sobrepõe em nenhum momento o pessimismo típico dessa fase do realismo poético francês. Em 1938, o cenário político no país não era dos mais animadores. Finda a Guerra Civil Espanhola, o fascismo espraiava sua asa negra pela Europa, preparando o cenário para a Segunda Guerra Mundial. O cinema, é claro, refletiu esse misto de temor e derrotismo que tomava conta da França de então.

No bar em que conhece Nelly, Jean encontra outros tipos interessantes. Além do seu cicerone na cidade, o bêbado cujo maior sonho era dormir entre dois lençóis em uma cama limpa, há também Zabel, um homem repulsivo que é uma espécie de tutor de Nelly, embora suas intenções sejam claramente mais insidiosas que apenas proteger a jovem. Jean encontra ainda um pintor que merece destaque à parte: ele é atormentado pela acuidade da própria visão.

Em uma de suas primeiras conversas, diz a Jean que consegue ver através das coisas, o cerne delas, sua decadência. Essa é uma alusão ao próprio estilo do realismo poético francês, que conjuga imagem, estilo e palavra para produzir uma outra possibilidade de relação com a narrativa cinematográfica. 

Nessa atmosfera cinzenta há ainda espaço para um humor sarcástico, construído em cima das impossibilidades, das limitações de cada personagem. Quando tenta embarcar em um dos navios atracados em La Havre com destino à Venezuela, Jean conhece um tripulante que, na verdade, queria ser um artista; nesse momento,

Jean já tinha assumido a identidade do pintor que conhecera no bar, que depois de suicidar-se havia deixado para o soldado desertor suas roupas e identidade. Há ainda o bêbado que só queria uma cama limpa, o pintor que não conseguia desenhar um nadador sem vê-lo se afogar, e morre afogado... Até o desfecho do herói-soldado-desconhecido, que é deixado agonizando na lama por um tiro de um antes humilhado e amedrontado. 

 

Elenco: